https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/issue/feed Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical 2024-06-24T07:32:46-07:00 Contacto Principal anais@ihmt.unl.pt Open Journal Systems Os Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical publicam artigos originais nos domínios da medicina tropical, saúde pública e internacional, ciências biomédicas e afins https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/474 Cuidados de Saúde Primários, Educação, Bioética, Uma só Saúde 2024-06-22T14:01:39-07:00 João Schwalbach jschwalbach@istem.ac.mz <p>&nbsp;Tendo em conta as abordagens do importante e recente conceito de Uma só Saúde (One Health) que pretende solucionar as problemáticas da saúde envolvendo de modo holístico a saúde humana, animal e ambiental, recorda-se a experiência global dos Cuidados de Saúde Primários como forma de se atingir estes complexos objetivos, recorrendo-se a um renovado desenvolvimento e aplicação das Determinantes Sociais da Saúde como forma dos diversos sectores da sociedade poderem combater as profundas iniquidades, iniquidades estas que estão diretamente ligadas às diferenças existentes nessas mesmas sociedades, consideradas como injustas e indesejáveis. Para tal, e como condição de assegurarmos o futuro, haverá necessidade urgente de se massificar a educação, a todos os níveis, garantindo desde logo o sucesso educativo e pôr em prática os princípios éticos identificados com a vida, o viver humano e a sobrevivência do planeta.</p> 2024-05-30T00:00:00-07:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/479 Por uma prosopografia das mulheres que atuaram na Medicina Tropical no Brasil (1940-1980) 2024-06-22T14:01:24-07:00 Polyana Aparecida Valente polyvalente84@gmail.com Ailton Junior de Paula Souza ailtonjr97@gmail.com <p>&nbsp;Nos últimos anos, observa-se o aumento dos estudos sobre a presença das mulheres no campo das ciências. A medicina tropical mostra-se como um campo fértil para ampliação dessa discussão, pois priorizou em suas narrativas as trajetórias masculinas. Há poucos registos sobre trajetórias femininas e dos processos da atuação das mulheres nesse campo. Diante das lacunas, procuramos problematizar questões que contribuam para a diminuição desses silêncios. Como e quando se dá a inserção das mulheres no campo da medicina tropical no Brasil? Quais as suas trajetórias científicas? Quais os perfis familiares e profissionais dessas mulheres? As respostas para tais perguntas são complexas e atravessadas por questões sociais, políticas, educacionais, raciais e de género. O artigo apresenta o perfil coletivo de mulheres que publicaram nos periódicos científicos nessa área entre 1940 e 1980, com enfoque na trajetória de Alda Falcão, privilegiando a construção de uma narrativa prosopográfica.</p> 2024-05-30T00:00:00-07:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/478 Doença do sono (1890-1920): Mandombe foi voluntário de pesquisa para seu povo? 2024-06-22T14:01:27-07:00 Maria Regina Cotrim Guimarães mreginacg@hotmail.com Lilian de Mello Lauria lmlauria@yahoo.com <p>&nbsp;</p> <div> <div>Este trabalho tem por objetivo contribuir para uma reflexão mais alargada, no âmbito da história da saúde global, a partir do estudo da história de um doente (de seu nome, Mandombe), e na investigação clínica sobre a tripanossomíase africana (doença do sono), na virada do século XIX para o século XX. Como metodologia, estabelecemos um diálogo entre os diversos tipos de fontes de interesse para o presente estudo - manuscritas, datilografadas e impressas, tais como prontuários médicos, correspondências, livros de registos de pacientes, livros de pesquisa em pacientes e seus animais domésticos, diários de campo, desenhos e mapas, publicações em revistas científicas e recortes de jornais do período - e uma bibliografia sobre a história da medicina tropical, sobre a colonização europeia e sobre os modos de produção de conhecimento científico. A partir de uma análise do “caso Mandombe”, descrito pelo médico do London Hospital, Stephen Mackenzie, indicamos como a documentação, a princípio, médica, sobre a doença do sono, torna possível compreendermos e analisarmos, também, as circunstâncias do adoecimento, da prestação de cuidados de saúde, a condução das pesquisas clínicas em pessoas e em animais, em campo, as publicações delas derivadas, a participação de pessoas afetadas pela doença do sono nestas pesquisas e, por fim, a relação desses doentes com as instituições com as quais se envolveram, entre os inúmeros aspetos das vidas dessas pessoas em espaços afetados pela doença e pela violência da situação colonial. Este quadro multifacetado permitir-nos-á utilizar este trabalho para uma reflexão mais alargada do conceito de One Health, bem como a sua materialização no contexto da história colonial e da história da medicina tropical, em África.</div> </div> 2024-05-30T00:00:00-07:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/477 Entre bozales e sujeitos de cor. A vacinação contra a varíola nas cidades do Rio de Janeiro e La Habana (1804-1808) 2024-06-22T14:01:30-07:00 Jaqueline Hasan Brizola brizajaque@gmail.com <p>&nbsp;O ano de 1804 marca a chegada da expedição espanhola coordenada pelo médico Francisco Javier de Balmis, que trouxe aos domínios espanhóis do continente americano a vacina contra a varíola, preventivo idealizado pelo inglês Edward Jenner em 1798. A presente comunicação objetiva apresentar dados acerca da vacinação de sujeitos escravizados e não brancos em Havana, Cuba, e no Rio de Janeiro, Brasil, entre os anos de 1804 e 1808. Nota-se que, embora a expedição de Balmis não tenha contemplado o Brasil, ainda assim, ocorreu a tentativa de difusão da vacinação antivariólica nesse país por meio da ação de comerciantes brasileiros que enviaram crianças escravizadas à Lisboa a fim de testarem o experimento antes da chegada da Corte de Dom João VI no Rio de Janeiro em 1808, como demonstram os documentos trocados entre os encarregados do Rei na colónia e o conselho ultramarino em Portugal. Tendo como referência as informações provenientes da imprensa em Havana e das obras completas do médico responsável pela vacinação na ilha, Dr. Tomás Romay y Chacón, foi possível conhecermos os impactos da medida preventiva na capital Havana. Partindo dos relatórios da Junta Central de La Vacuna, órgão que coordenava a vacinação na ilha, observa-se a alta razão de pessoas imunizadas entre os africanos recém-chegados, também chamados bozales, e a baixa adesão de pessoas brancas ao preventivo. A comparação entre as estratégias de vacinação em duas cidades americanas de grande importância para os impérios aos quais pertenciam na época colonial revelou a lógica racial que conduziu as ações dos vacinadores e das autoridades envolvidas com a vacinação, já que os escravizados recém-chegados ao continente foram os primeiros a testarem o preventivo em Cuba, ao mesmo tempo em que viabilizaram as primeiras tentativas de imunização no Brasil.</p> 2024-05-30T00:00:00-07:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/476 A trajetória da rifapentina para o tratamento da tuberculose latente no Brasil: incorporação no Sistema Único de Saúde e perspectivas para a produção local 2024-06-22T14:01:33-07:00 Luiz Villarinho Pereira Mendes luizvillarinho@gmail.com Marilena Cordeiro Dias Villela Correa correamarilena@gmail.com Anete Trajman atrajman@gmail.com Claudia Garcia Serpa Osorio-de-Castro claudiaosorio.soc@gmail.com <p>&nbsp;Estima-se que um quarto da população mundial esteja infetado pela tuberculose em sua forma latente (ILTB), sendo uma das principais causas da epidemia global de tuberculo- se (TB). Com o objetivo anunciado de melhorar a efetividade do tratamento da ILTB, a rifapentina foi incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2021, a ser utilizada em associação com isoniazida, em doses semanais por um período de 3 meses (3HP) seguindo a recomendação da OMS.O objetivo desse estudo foi analisar a trajetória da rifapentina desde seu desenvolvimento até sua incorporação no SUS contextualizando-a à luz da história global da tuberculose e das políticas de medicamentos essenciais. Empregou-se metodologia mista, aliando análise de bancos de dados oficiais, revisão da literatura científica e cinza (documentos oficiais) e realização de entrevistas com experts. No último trimestre de 2021 teve início a distribuição da rifapentina do SUS que teve inúmeras particularidades e controvérsias: a) demora na chegada da formulação em dose fixa; b) desafios para adesão pelos profissionais e pacientes frente a outros medicamentos essenciais possíveis; e por fim c) desafios e perspetivas do desenvolvimento e produção local de uma formulação dose fixa desse medicamento no país, na tentativa de manter a tradição de luta pela autonomia farmacêutica, no país, desde a criação da CEME, nos anos 1970. Paralelamente, entre os anos 2003-2004, o termo One Health emerge, propondo abordar a saúde humana, necessariamente associada à saúde animal, atividades agrícolas e a própria urbanização. Sua proposta central: pensar a saúde como um ecossistema. Um evento epidêmico maior veio reforçar essa “inovação” epistêmica: a emergência da epidemia da gripe aviária H5N1, que se disseminou em quase todos os países do globo. E no século XXI, as premissas da abordagem conceitual one health, se “confirmaria” com o primeiro surto de SARS-COV. Entretanto, no caso brasileiro, uma das lições mais importantes da pandemia de COVID-19 foi a importância da soberania nacional na produção de insumos essenciais à saúde. Em um contexto de persistente carência da rifapentina no cenário global, o Brasil poderia desempenhar um papel importante na ampliação do acesso a esse bem terapêutico essencial.</p> 2024-05-30T00:00:00-07:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/475 Saúde Única e a resposta à COVID-19 e outras zoonoses 2024-06-22T14:01:37-07:00 Mayumi Duarte Wakimoto mayumi.wakimoto@ini.fiocruz.br <p>&nbsp;A emergência da pandemia de COVID-19 reforçou o papel central da abordagem da Saúde Única (One Health – OH), como perspetiva multissetorial e multidisciplinar, para enfrentar ameaças globais à saúde com causalidade complexa. Apresentamos uma análise crítica dos resultados do estudo que conduzimos no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (INI-Fiocruz), que avaliou a preparação e resposta brasileira ao COVID-19 e zoonoses com foco na abordagem OH e as dimensões da equidade. Conduzimos uma varredura ambiental usando um protocolo desenvolvido como parte de um estudo multicêntrico. Resultados: A resposta à pandemia não utilizou plenamente os recursos do estado brasileiro, devido à falta de coordenação central e articulação entre os setores envolvidos.O Brasil é considerado uma área de alto risco para surgimento de zoonoses principalmente devido ao desmatamento e urbanização, alta biodiversidade da vida selvagem, ampla fronteira seca. Entender o contexto histórico desses eventos e encorajar os mecanismos existentes para uma coordenação e colaboração eficazes entre os setores, com a inclusão de populações vulneráveis, é essencial para o enfrentamento de ameaças à saúde na interface humano-animalambiente, num cenário complexo que envolve mudanças climáticas, resistência antimicrobiana, insegurança alimentar, destruição do habitat e degradação da água.</p> 2024-05-30T00:00:00-07:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/471 História, doenças e ecologia pós-COVID-19: agenciamentos multiespécies na era planetária 2024-06-24T07:32:46-07:00 André Felipe Cândido da Silva andre-felipe.silva@fiocruz.br <p>&nbsp;Este trabalho explora como a recente pandemia de COVID-19 expressa os processos sobrepostos que caracterizam o Antropoceno. O objetivo é analisar como a pandemia e esta nova época geológica desafiam a escrita da história das doenças. A revelação da condição planetária por ambos os fenómenos destaca a necessidade de enquadramentos históricos mais atentos aos entrelaçamentos multiespécies dos seres humanos dentro do sistema de suporte vital do planeta. O estudo defende a adoção dos estudos multiespécies como uma abordagem adequada para compreender a saúde e a doença dentro desses entrelaçamentos. Por fim, o artigo avalia brevemente a posição da história da medicina tropical para abordar questões pertinentes decorrentes da história das doenças em meio às transformações do Sistema Terrestre compreendidas pelo conceito de Antropoceno.</p> 2024-05-30T00:00:00-07:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/469 Uma só Saúde: aprender com a história 2024-06-22T14:01:55-07:00 Paula Fortunato no@no.no Paulo Ferrinho no@no.no Filomeno Fortes no@no.no <p>.</p> 2024-05-30T00:00:00-07:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/470 One Health: novas abordagens históricas pós-COVID-19 2024-06-22T14:01:52-07:00 Isabel Amaral ima@fct.unl.pt Alexandra Esteves alexandraesteves@ics.uminho.pt <p>.</p> 2024-05-30T00:00:00-07:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/490 A propósito das Línguas nacionais de Angola 2024-06-22T14:00:50-07:00 Manuel Rodrigues Boal mel.rboal@gmail.com <p>&nbsp;O artigo aborda a questão relacionada com a situação das Línguas nacionais/Línguas africanas das antigas colónias europeias de África, com tónica sobre o caso de Angola onde o estatuto do Português enquanto língua oficial, continua a mantê-lo como referência exclusiva na administração do Estado, na educação, incluindo no ensino primário e no pré-escolar, com efeitos negativos não só sobre o rendimento escolar das crianças como no que respeita à memória da identidade cultural dos angolanos. De notar que desde a independência do país, se tomaram medidas no sentido de se prevenir o desaparecimento das línguas africanas, e de incumbir ao Estado o dever de proteger, valorizar e dignificar as Línguas nacionais, inscrito na Constituição. Nesse contexto foi criado o Instituto das Línguas Nacionais, que assume o essencial relativamente à investigação destinada a conhecer e divulgar tudo sobre as mesmas, incluindo os temas ligados à tradição oral por elas veiculados a sucessivas gerações durante séculos. Há ainda muito a fazer para se atingir o objectivo maior que consiste em confiar às referidas línguas o papel que lhes compete na educação, na alfabetização, na administração, na comunicação em geral e na cultura. É muito pouco provável haver consenso sobre a candidatura de uma das línguas nacionais ao estatuto de Língua principal. A melhor alternativa seria adoptar o bilinguismo entre Língua nacional dominante em cada Região ou grupo de Províncias, e o Português como língua segunda. Isso decidido e conseguido, na base de um largo diálogo em que as comunidades ou seus representantes devem participar, o resto fluirá naturalmente: a escolha do alfabeto a utilizar na harmonização da escrita das diversas línguas; a elaboração dos recursos didáticos necessários ao processo; a formação dos professores dos futuros professores.</p> 2024-05-30T00:00:00-07:00 ##submission.copyrightStatement##