https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/issue/feed Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical 2025-11-24T19:03:37-08:00 Contacto Principal anais@ihmt.unl.pt Open Journal Systems Os Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical publicam artigos originais nos domínios da medicina tropical, saúde pública e internacional, ciências biomédicas e afins https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/551 Paulo Nogueira: um olhar analítico que se transforma em poesia 2025-11-24T19:03:07-08:00 Paula Fortunato no@no.nop Paulo Nogueira no@no.no Pedro S. Bello no@no.no <p>.</p> 2025-11-15T00:00:00-08:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/550 Entre o ir e o ficar, a dinâmica das migrações na poesia de São Gonçalves 2025-11-24T19:03:08-08:00 Paula Fortunato no@no.no Conceição Gonçalves no@no.no Estelle Valente no@no.no <p>.</p> 2025-11-15T00:00:00-08:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/540 Fatores associados à mortalidade materna por eclâmpsia e pré-eclâmpsia no Hospital Central de Maputo em 2021 2025-11-24T19:03:24-08:00 Arlindo Cuna no@no.no Matilde Zulo no@no.no Germano Pires no@no.no <p><strong>Introdução:</strong> Em todo o mundo cerca de 830 mulheres morrem todos os dias por complicações relacionadas à gravidez ou ao parto. Estima-se que, em 2015, cerca de 303 mil mulheres morreram durante e após a gravidez e o parto. Quase todas essas mortes ocorreram em ambientes com poucos recursos; a maioria delas poderia ter sido evitada. A mortalidade materna por eclâmpsia e pré-eclâmpsia é uma preocupação significativa em saúde pública, especialmente em países em desenvolvimento; insere-se nas causas de morte materna evitáveis.</p> <p><strong>Objetivo:</strong> Analisar fatores associados à mortalidade materna causada por eclâmpsia e pré-eclâmpsia.</p> <p><strong>Métodos:</strong> Trata-se de uma pesquisa epidemiológica do tipo observacional analítico, retrospetivo, com uma abordagem quantitativa, baseando-se em historial clínico das mulheres assistidas no Hospital Central de Maputo de Janeiro a Dezembro de 2021. Para a recolha de dados recorreu-se à técnica de registro documental, tendo como instrumento uma ficha de registro de dados dos processos clínicos (de óbitos). A informação foi armazenada em uma base de dados usando a plataforma Microsoft Excel versão 2013 e a mesma foi usada para a análise das características epidemiológicas. Foi usado o teste qui-quadrado para testar a significância da associação observada entre categorias numa tabela cruzada ou de contingência e a regressão logística para analisar a associação entre as variáveis.</p> <p><strong>Resultados:</strong> Foram analisados 43 processos clínicos de óbitos maternos distribuídos em dois grupos. A mediana de idade foi de 28 anos. Todas as mulheres eram de raça negra sendo que: do grupo de mulheres com eclâmpsia, 30% delas tiveram abortos espontâneos, 50% tinham ≥ 2 gravidezes, (p-value = 0.04), 65% apresentaram diminuição da urina, 35% (p-value = 0,05), 85% de mulheres com eclâmpsia tinham Hipertensão arterial (p-value=0,05). Apenas 10% de mulheres com eclâmpsia apresentaram estado de inconsciência. Para o grupo de mulheres sem eclâmpsia: 39%, apresentaram estado de inconsciência, com um (p-value = 0,03), 70% tinham edema (p-value = 0,02). Do grupo de mulheres com pré-eclâmpsia, 25% é que tiveram aborto, 64% tiveram parto por cesariana, 79% tinham hipertensão arterial (p-value =0,03).</p> <p><strong>Conclusões:</strong> A hipertensão arterial, diminuição da urina Acidente Vascular Cerebral (AVC), número de gravidezes, a presença de edema, a inconsciência e ser multigesta, foram variáveis relevantes associadas à mortalidade materna por eclâmpsia e pré-eclâmpsia no Hospital Central de Maputo.</p> 2025-11-14T00:00:00-08:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/539 Seroprevalência de HIV, Hepatite B e C em mulheres grávidas atendidas na consulta pré-natal (Estudo do caso no Centro de Saúde de Mavalane) 2025-11-24T19:03:26-08:00 Narcisia António Govene no@no.no Érica Manuel no@no.no Bento Saloio Daniel Mazuze no@no.no Alexandre Lourenço Jaime Manguele no@no.no Lénia Sitoe no@no.no Nórgia Elsa Machava no@no.no Germano Pires no@no.no <p><strong>Introdução:</strong> No mundo estima-se que mais de 1 milhão de pessoas são infectadas pelas doenças de transmissão sexual por dia, e exclusivamente cerca de 4,5 milhões de infecções por Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV), Hepatite B e C por ano. Os dados da União das Nações Unidas Contra o Sida aponta para cerca de 38,4 milhões de pessoas vivem com HIV a nível global. Ademais, todos os dias cerca de 4000 pessoas, incluído 1100 jovens com idades entre 15-24 anos, são infectados pelo HIV, 60% destas ocorrem na África Subsariana. Em Moçambique, as taxas de prevalência para hepatite B (HBV) e hepatite C (HCV) variam, estima-se que sejam de 8% e 1,3%, respectivamente. Mostrando-se a necessidade e importância de estudar. As infecções por HIV, hepatite B e C em Mulheres grávidas são causadas pelos vírus de Imunodeficiência Humana, Hepatite B e C, respectivamente, que são transmitidos pela via sexual e parental.</p> <p><br><strong>Objectivo:</strong> Analisar a Seroprevalência de HIV, Hepatite B e C em mulheres grávidas atendidas na consulta pré-natal do Centro de Saúde de Mavalane nos meses de outubro e novembro de 2023.</p> <p><br><strong>Metodologia:</strong> Estudo de abordagem quantitativa, transversal e descritivo realizado no Centro de Saúde de Mavalane, com uma população constituída por 193 mulheres grávidas, selecionadas através da amostragem probabilística sistemática. Foram realizados inquéritos por questionário e colhidas amostras de sangue, que foram testadas logo após a sua colheita, sob o consentimento das participantes e posteriormente, os dados obtidos foram processados estatisticamente no pacote estatístico SPSS versão (26.0) e organizados, em tabelas e gráficos.</p> <p><br><strong>Resultados:</strong> das mulheres inquiridas 46% tinham entre 25-34 anos, 71% encontrava-se no segundo trimestre de gestação, 68% vivia na zona urbana, 80% tinha entre 8º-12ª classe e 62% eram domésticas. A frequência dos Vírus Hepatite B e C e do HIV foi de 37% e 47% e 12% respectivamente.</p> 2025-11-14T00:00:00-08:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/538 Perceção e prática das mulheres grávidas atendidas na consulta pré-natal sobre o uso das redes mosquiteiras no combate à malária no Distrito de Quelimane, Província da Zambézia, 2022 2025-11-24T19:03:27-08:00 Anselmo Arnane Wache no@no.no Sónia Enosse no@no.no Érica Manuel no@no.no Gerito Augusto no@no.no <p>&nbsp;<strong>Introdução:</strong> A malária na gravidez representa uma ameaça à vida da mãe e da criança em desenvolvimento, sendo uma das principais causas de morbimortalidade.</p> <p class="ds-markdown-paragraph"><strong>Objetivo:</strong> Descrever a perceção e a prática de mulheres grávidas atendidas em consultas pré-natais nas unidades sanitárias da cidade de Quelimane relativamente ao uso da rede mosquiteira na prevenção da malária.</p> <p class="ds-markdown-paragraph"><strong>Métodos:</strong> Realizou-se um estudo descritivo, transversal, com abordagem semi-quali-quantitativa, numa amostra de 267 mulheres grávidas em 12 unidades sanitárias de Quelimane. Recolheram-se dados por meio de um guião de entrevista estruturado, analisados de forma descritiva e com testes não paramétricos (U de Mann-Whitney e Qui-quadrado) para comparar as zonas urbana e suburbana.</p> <p class="ds-markdown-paragraph"><strong>Resultados:</strong> Foram entrevistadas 267 mulheres, sendo 6 unidades da zona urbana e 6 da zona suburbana. Cerca de 73% atribuíram a principal causa da malária à picada de mosquitos fêmeas infectados. Em relação à prevenção, 66% afirmaram que dormir debaixo de uma rede mosquiteira é a melhor forma de se proteger, e a mesma proporção reconheceu a utilidade do tratamento intermitente preventivo. Mais de 90% referiram a importância da rede mosquiteira durante a gravidez, sendo que 98% das mulheres urbanas e 89% das suburbanas possuem redes. No entanto, apenas 59% e 56%, respetivamente, afirmaram usá-las regularmente. Os fatores nível de escolaridade, perceção sobre métodos preventivos e posse da rede influenciaram significativamente o uso regular (<span class="katex"><span class="katex-mathml">p&lt;0,05</span><span class="katex-html" aria-hidden="true"><span class="base"><span class="mord mathnormal">p</span><span class="mrel">&lt;</span></span><span class="base"><span class="mord">0</span><span class="mpunct">,</span><span class="mord">05</span></span></span></span>).</p> <p class="ds-markdown-paragraph"><strong>Conclusão:</strong> As mulheres apresentam perceção adequada sobre a importância da rede mosquiteira, mas o uso regular ainda é insuficiente, evidenciando a necessidade de reforçar a educação em saúde.</p> 2025-11-14T00:00:00-08:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/537 Análise de fatores associados à realização de consultas pré-natais no Centro de Saúde de Cuamba, província de Niassa, Moçambique 2025-11-24T19:03:29-08:00 Tozé Namalela no@no.no Erica Manuel no@no.no Maria Maguele no@no.no Clementina Macondzo no@no.no Amândio Manuel no@no.no Miranda Muaualo no@no.no <p>&nbsp;<strong>Introdução</strong>: A saúde materna e infantil é uma das principais preocupações globais de saúde pública. A consulta pré-natal é essencial para promover a saúde da mãe e do feto, além de permitir o rastreio e tratamento precoce de situações de risco. Para alcançar esse potencial, recomenda-se que as gestantes realizem pelo menos 4 consultas pré-natais durante a gestação. Em 2020, mais de 40% das mulheres em Moçambique não atingiram esse número, com a província de Niassa apresentando a maior taxa de não adesão (cerca de 64%).</p> <div><br> <div><strong>Objetivo</strong>: Analisar os fatores sociodemográficos, económicos e obstétricos associados à realização de ≥4 consultas pré-natais no Centro de Saúde de Cuamba.</div> <br> <div><strong>Materiais e Métodos</strong>: Um estudo de coorte retrospetivo, com abordagem quantitativa, que utilizou dados registados na primeira consulta pré-natal para investigar os fatores associados à realização de quatro ou mais consultas pré-natais durante a gestação. O desfecho foi avaliado na consulta pós-parto, realizada entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, com a participação de 131 mulheres. Foram analisados fatores sociodemográficos, económicos e obstétricos, utilizando-se testes de associação e regressão logística binária multivariada para identificar os preditores da realização de ≥4 consultas pré-natais.</div> <br> <div><strong>Resultados</strong>: Sessenta por cento das mulheres realizaram ≥4 consultas. As primigestas apresentaram 8 vezes mais chances de atingir esse número em comparação com multigestas (OR = 8,25; IC 95%: 1,03–65,97). Escolaridade secundária (OR = 4,31; IC 95%: 1,62–11,51) e conhecimento sobre a importância do pré-natal (OR = 5,68; IC 95%: 2,35–13,76) foram também fatores associados. Gestantes que iniciaram o pré-natal antes das 12 semanas de gestação tiveram maior probabilidade de completar 4 consultas pré-natais (OR = 17,63; IC 95%: 1,02–306,01) que as que se apresentam depois de 12 semanas de gestação. A idade da mulher não foi fator significativo.</div> <br> <div><strong>Conclusões</strong>: A adesão ao pré-natal está associada a fatores sociodemográficos, económicos e obstétricos. Estratégias intersetoriais com ações coordenadas devem ser implementadas para ampliar o acesso e a continuidade dos cuidados pré-natais abrangendo o nível individual, familiar, comunitário, institucional e político.</div> </div> 2025-11-14T00:00:00-08:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/536 Saúde sexual e reprodutiva da mulher e saúde da criança no Brasil: um estudo de 1990 a 2024 2025-11-24T19:03:31-08:00 Maria do Carmo Leal no@no.no Sonia Duarte de Azevedo Bittencourt no@no.no Elaine Fernandes Viellas no@no.no Thaiza Dutra Gomes de Carvalho no@no.no Silvana Granado Nogueira da Gama no@no.no <p>&nbsp;<strong>Introdução</strong>: No período em análise por este estudo, o Brasil viveu importantes mudanças sociodemográficas, econômicas e de saúde, incluindo a implantação de um Sistema Único de Saúde - SUS, público e universal.</p> <div><br> <div><strong>Objetivo</strong>: Relatar as transformações ocorridas nos indicadores de condições sociais e da saúde das mulheres e crianças, correlacionando com o contexto das mudanças sociodemográficas.</div> <br> <div><strong>Materiais e Métodos</strong>: Apresenta-se uma série histórica de indicadores sociais, da saúde sexual e reprodutiva da mulher e saúde da criança no período de 1990-2024. Para o cálculo dos indicadores propostos utilizaram-se dados dos Sistemas de Informação em Saúde, Censos Demográficos do Brasil e resultados de pesquisas populacionais de porte nacional.</div> <br> <div><strong>Resultados</strong>: Verifica-se uma queda nas taxas de fecundidade para 1,6 por 100 mil nascidos vivos (NV), aumento da urbanização e do acesso à educação e ao emprego para as mulheres. Houve universalização da atenção pré-natal, contudo com desafios na qualidade dessa assistência: 75% das mulheres tiveram acesso ao pré-natal adequado e 77% tiveram o número mínimo de consultas previstas, com persistência da sífilis congênita. Em 2023, a cesariana correspondeu a 60% dos nascimentos e a mortalidade materna permaneceu elevada, 56 por 100 mil NV. Houve redução significativa da mortalidade na infância, de 72%, principalmente do componente pós-neonatal, e atualmente o indicador é de 15 por mil NV. O aleitamento materno exclusivo aos 6 meses de idade aumentou de 3% em 1990 para 46% em 2024. A prevalência da desnutrição infantil vem reduzindo desde 1996, chegando a 7% em 2019. As coberturas vacinais para BCG, Dengue, Hepatite, Pólio, DPT e Sarampo alcançaram valores crescentes e universais até 2015, mas reduziram para 90% a primeira e 77% as demais.</div> <br> <div><strong>Conclusão</strong>: Registra-se uma melhoria da condição de vida das mulheres, avanços na oferta dos serviços de saúde, com persistência de problemas na qualidade do cuidado prestado no pré-natal e parto. Para as crianças, a consolidação do SUS viabilizou a promoção do aleitamento ma-terno, do controle de doenças imunopreveníveis e redução da desnutrição. Políticas sociais com foco nas famílias das populações vulneráveis, como o Bolsa Família, foram corresponsáveis pelos resultados alcançados. Os índices de violência contra a mulher são ainda preocupantes.</div> </div> 2025-11-14T00:00:00-08:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/533 Formação em Epidemiologia de Campo na CPLP: Cooperação Internacional e Inovação Pedagógica para a Saúde Pública 2025-11-24T19:03:35-08:00 Paulo Ferrinho no@no.no <p>&nbsp;O encerramento do 1.º Curso de Mestrado em Epidemiologia de Campo da Universidade de Cabo Verde, no dia 14 de julho, marca um momento histórico para a Saúde Pública no espaço lusófono. No discurso proferido por Paulo Ferrinho (IHMT-NOVA), sublinha-se a importância da cooperação internacional, do financiamento estratégico e da criação de redes académicas que unem universidades, institutos nacionais de saúde pública e centros de investigação de vários países da CPLP. O curso, realizado em modalidade blended-learning, representa uma abordagem pedagógica inovadora e adaptada às realidades africanas, permitindo simultaneamente qualidade científica, flexibilidade e impacto prático. Mais do que uma etapa académica, esta formação traduz-se na construção de capacidade institucional sustentável, no fortalecimento da vigilância epidemiológica e na consolidação de uma rede de profissionais preparados para enfrentar emergências sanitárias com base na visão de Uma Só Saúde. A integração em redes regionais e globais (CDC África, AFENET, IANPHI e RINSP-CPLP) evidencia ainda o compromisso com uma ciência aberta, colaborativa e globalizada. O discurso reflete a ambição de transformar este curso num catalisador de uma rede lusófona robusta em epidemiologia de campo, capaz de gerar impacto científico e social duradouro. Pela sua relevância científica e estratégica, passamos a transcrever integralmente este discurso.</p> 2025-11-14T00:00:00-08:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/532 Saúde Materna, Neonatal e Infantil em Contextos Lusófonos 2025-11-24T19:03:37-08:00 Paula Fortunato no@no.no Filomeno Fortes no@no.no Paulo Ferrinho no@no.no <p>.</p> 2025-11-14T00:00:00-08:00 ##submission.copyrightStatement## https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/535 Contribuição de Portugal para a saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil na Guiné-Bissau: Uma análise da Ajuda Pública ao Desenvolvimento de Portugal (2002–2018) 2025-11-24T19:03:32-08:00 Anaxore Casimiro no@no.no Michel Jareski Andrade no@no.no Reka Maulide Cane no@no.no Luís Varandas no@no.no Isabel Craveiro no@no.no <p>&nbsp;<strong>Introdução</strong>: A saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil (SRMNI) permanece como um dos principais desafios globais de saúde, especialmente nos países de baixa renda. Na Guiné-Bissau, os indicadores nesta área mantêm-se preocupantes, refletindo fragilidades estruturais persistentes. Portugal, enquanto parceiro histórico, tem apoiado o setor da saúde através de várias iniciativas de cooperação.</p> <div><br> <div><strong>Objetivo</strong>: Este estudo analisa as tendências de financiamento de Portugal para a SRMNI na Guiné-Bissau.</div> <br> <div><strong>Material e Métodos</strong>: Para estimar os desembolsos destinados à SRMNI na Guiné-Bissau, no período de 2002 a 2018 — definido com base na disponibilidade de dados, foram compiladas informações de financiamento reportadas no Creditor Reporting System da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e aplicada a metodologia Muskoka2. Este método permite calcular a proporção da Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) alocada anualmente à SRMNI, por doador e país beneficiário. A análise das estimativas foi realizada com recurso aos softwares SPSS (versão 28.0) e Excel (versão 16.0).</div> <br> <div><strong>Resultados</strong>: Entre 2002 e 2018, Portugal atribuiu 215,6 milhões de dólares em Ajuda Pública ao Desenvolvimento à Guiné-Bissau, dos quais 22,4 milhões (10,4%) foram canalizados para a SRMNI. A maior parte deste financiamento (72,4%) foi destinada à evacuação médica para Portugal, revelando uma forte dependência externa para cuidados especializados. Apenas 15% dos recursos foram investidos em cuidados de saúde reprodutiva, desenvolvimento de recursos humanos para a saúde e controlo de doenças infeciosas. Áreas estruturantes, como o planeamento familiar e o reforço do sistema de saúde, receberam financiamento residual.</div> <br> <div><strong>Conclusão</strong>: Portugal teve um papel crucial no financiamento da SRMNI na Guiné-Bissau, com ênfase na evacuação de doentes. A elevada dependência da evacuação médica compromete a autonomia e a resiliência do sistema de saúde guineense. Futuras iniciativas devem equilibrar as necessidades imediatas com investimentos de longo prazo, voltados ao fortalecimento da infraestrutura de saúde e à capacitação dos profissionais de saúde, de modo a assegurar uma melhor resiliência do sistema de saúde guineense em contextos de crise e da redução do financiamento.</div> </div> 2025-11-14T00:00:00-08:00 ##submission.copyrightStatement##