Sofrimento psicológico em cuidadores informais: a realidade no Alto Minho

  • Bruno Castro Especialista em Saúde Pública, Unidade Local de Saúde do Alto Minho, Viana do Castelo, Portugal
  • Ana Lopez Especialista em Saúde Pública, Unidade Local de Saúde do Alto Minho, Viana do Castelo, Portugal
  • Sónia Dias Professora Associada com Agregação, Escola Nacional de Saúde Pública, Centro de Investigação em Saúde Pública, Universidade NOVA de Lisboa, Portugal
  • Miguel Xavier Departamento de Saúde Mental, Centro de Estudos de Doenças Crónicas – CEDOC, NOVA Medical School, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal

Resumo

Introdução: O aumento da esperança de vida à nascença, conjuntamente com a diminuição da natalidade, traduz-se no envelhecimento da população e numa sobrecarga nos serviços de saúde. Uma parte considerável de cuidados de saúde é prestada por cuidadores informais e este estudo tem como objetivo avaliar o grau de sofrimento psicológico associado ao ato de cuidar. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo observacional, transversal constituído por 131 cuidadores informais (101 cuidadores a tempo inteiro e 30 a tempo parcial). Foram recolhidos dados sociodemográficos e aplicadas escalas para aferir sofrimento psicológico e a sobrecarga do cuidador. Resultados: Foi encontrada uma maior proporção de cuidadores informais do sexo feminino, com níveis de escolaridade baixos. O consumo de psicofármacos foi superior em indivíduos com sofrimento psicológico. Uma maior proporção de indivíduos do grupo com sofrimento psicológico era de cuidadores a tempo parcial. Conclusão: Os dois grupos em estudo não mostraram diferenças significativas no que toca às variáveis sociodemográficas. No entanto, comprovou-se que os cuidadores informais a tempo parcial têm uma probabilidade superior de apresentar sofrimento psicológico, assim como os que têm pontuações mais altas no score de Zarit. Este estudo e as questões por ele levantadas podem servir de base para outras investigações mais aprofundadas ao nível dos cuidados informais e os custos diretos e indiretos a eles associados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abramson JH, Abramson ZH, Abramson JH, Abramson JH, Wiley InterScience (Online service). Research methods in community medicine: surveys, epidemiological research, programme evaluation, clinical trials. Chichester, England; Hoboken, NJ: Wiley; 2008 [citado 26 de dezembro de 2017].

Altman DG. Practical statistics for medical research. Boca Raton, Fla: Chapman & Hall/CRC; 1999. 611 p.

Bettio, Francesca, e Alina Verashchagina. «Long-Term Care for the Elderly. Provisions and Providers in 33 European Countries». European Union, 2012.

Colerick EJ, George LK. Predictors of institutionalization among caregivers of patients with Alzheimer’s disease. J Am Geriatr Soc. Julho de 1986;34(7):493–8.

FPCE-Universidade do Porto, Pais Ribeiro J, Neto C, Centro de Educação Especial Rainha Dona Leonor, Silva M, Abrantes C, et al. FURTHER VALIDATION OF THE GOLDBERG 28 ITEMS GENERAL HEALTH QUESTIONNAIRE. Psicologia, Saúde & Doença. 30 de novembro de 2015;16(3):278–85.

Hirst, Michael Anthony (2005) Estimating the prevalence of unpaid adult care over time. Research, Policy and Planning. pp. 1-16.

Koyanagi A, DeVylder JE, Stubbs B, Carvalho AF, Veronese N, Haro JM, et al. Depression, sleep problems, and perceived stress among informal caregivers in 58 low-, middle-, and high-income countries: A cross-sectional analysis of communitybased surveys. J Psychiatr Res. Janeiro de 2018;96:115–23.

Lambert SD, Bowe SJ, Livingston PM, Heckel L, Cook S, Kowal P, et al. Impact of informal caregiving on older adults’ physical and mental health in low-income and middle-income countries: a cross-sectional, secondary analysis based on the WHO’s Study on global AGEing and adult health (SAGE). BMJ Open. 15 de novembro de 2017;7(11):e017236.

Lin M-C, Giles H. The dark side of family communication: a communication model of elder abuse and neglect. Int Psychogeriatr. Agosto de 2013;25(8):1275–90.

Pinquart M, Sörensen S. Differences between caregivers and noncaregivers in psychological health and physical health: a meta-analysis. Psychol Aging. Junho de 2003;18(2):250–67.

Rothman KJ, Greenland S, Lash TL. Modern epidemiology. 3rd ed., thoroughly rev. and updated. Philadelphia: Wolters Kluwer Health/Lippincott Williams & Wilkins; 2008. 758 p.

Schulz R, Beach SR. Caregiving as a risk factor for mortality: the Caregiver Health Effects Study. JAMA. 15 de dezembro de 1999;282(23):2215–9.

Schulz R, Sherwood PR. Physical and Mental Health Effects of Family Caregiving: AJN, American Journal of Nursing. Setembro de 2008;108(Supplement):23–7.

Serrano, Pedro. Redacção e apresentação de trabalhos científicos. 2.ª ed. Lisboa: Relógio d’Água; 2004.

Talley RC, Crews JE. Framing the public health of caregiving. Am J Public Health. Fevereiro de 2007;97(2):224–8.

Talley, Ronda C., e John E. Crews. «TALLEY AND CREWS RESPOND». American Journal of Public Health 97, n. 11. Novembro de 2007: 1931–32.

Thrush A, Hyder AA, Hyder A. The neglected burden of caregiving in low- and middle-income countries. Disabil Health J. Julho de 2014;7(3):262–72.

Triantafillou J. Informal care in the long-term care system. European Commission; 2010.

van der Gaag NL, van der Erf RF. EUROPOP 2008 compared with EUROPOP 2004. Brussels: European Commission, 2008. 19 p. (Research note).

Vitaliano PP, Zhang J, Scanlan JM. Is caregiving hazardous to one’s physical health? A meta-analysis. Psychol Bull. Novembro de 2003;129(6):946–72.

Acesso, Qualidade e Concorrência nos Cuidados Continuados e Paliativos [Internet]. Ers.pt. 2015 [cited 10 October 2017].

Envelhecimento da população portuguesa só vai parar em 2049 [Internet]. Jornal Expresso. 2017 [cited 21 October 2017]. Available from: https://expresso.pt/sociedade/2017-03-29-Envelhecimento-da-populacao-portuguesa-so-vaiparar-em-2049

Reinhard S. Valuing the Invaluable: 2015; Update. [Online]. Available from: https://www.aarp.org/content/dam/aarp/ppi/2015/valuing-the-invaluable-2015-update-new.pdf [Accessed 26 October 2017]

Publicado
2020-10-21
Como Citar
1.
Castro B, Lopez A, Dias S, Xavier M. Sofrimento psicológico em cuidadores informais: a realidade no Alto Minho. ihmt [Internet]. 21Out.2020 [citado 24Abr.2024];19:55-2. Available from: https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/356