Por uma prosopografia das mulheres que atuaram na Medicina Tropical no Brasil (1940-1980)
Resumo
Nos últimos anos, observa-se o aumento dos estudos sobre a presença das mulheres no campo das ciências. A medicina tropical mostra-se como um campo fértil para ampliação dessa discussão, pois priorizou em suas narrativas as trajetórias masculinas. Há poucos registos sobre trajetórias femininas e dos processos da atuação das mulheres nesse campo. Diante das lacunas, procuramos problematizar questões que contribuam para a diminuição desses silêncios. Como e quando se dá a inserção das mulheres no campo da medicina tropical no Brasil? Quais as suas trajetórias científicas? Quais os perfis familiares e profissionais dessas mulheres? As respostas para tais perguntas são complexas e atravessadas por questões sociais, políticas, educacionais, raciais e de género. O artigo apresenta o perfil coletivo de mulheres que publicaram nos periódicos científicos nessa área entre 1940 e 1980, com enfoque na trajetória de Alda Falcão, privilegiando a construção de uma narrativa prosopográfica.
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