A saúde no Piauí a partir dos postos de higiene (1930-1945)

Resumo

 O propósito do trabalho é analisar como os postos de higiene do Piauí passaram a conceber as práticas higiênicas durante os governos dos interventores federais, entre 1930 a 1945, que foram baseadas na prevenção e na terapêutica das principais enfermidades do período, como é o caso da malária, da sífilis, das verminoses e da tuberculose. A partir do início do governo varguista, várias disputas políticas ocorreram no interior do país, ocasionando uma remodelação administrativa, que oscilou entre propostas centralizadoras e medidas de autonomia federativa [5]. Com a chegada do interventor Landry Salles em 1931 no Piauí, temas políticos pertencentes à esfera estadual, que até então não eram prioridade, como: assistência médica, atenção materno-infantil e medicina profilática, passaram a ser enfrentados por meio de ações assistenciais [7]. Todavia, é importante observar que os serviços de saúde pública se concentravam em pontos específicos do estado, fazendo com que os setores pobres dos municípios do interior precisassem recorrer a esses serviços localizados na capital Teresina localizada no centro do estado, ao norte em Parnaíba e ao sul em Floriano. Em 1936, o interventor federal Leônidas de Castro Mello assumiu o governo, onde permaneceu até o final do primeiro período Vargas, em 1945, nesses anos crescentes investimentos foram destinados à saúde pública, além de melhorias nos serviços que já estavam vigentes, como é o caso dos Postos de Higiene de União, Miguel Alves, Floriano, São João do Piauí, entre outros [11]. O trabalho foi realizado através de fontes primárias, como: jornais, revistas médicas e relatórios governamentais. Autores como Costa [8], Fonseca [5], Hochmam [2], Marinho [9, 11], Silva [10], foram essenciais para a realização inicial da pesquisa, por abordarem desde o contexto histórico do Brasil, até as especificidades do Piauí. Apesar de Floriano ter passado pelo processo de reorganização administrativa para efetivar as ações assistenciais por meio dos serviços de saúde pública e atender a população da cidade e de outros municípios, nesse período houve avanços e retrocessos na saúde pública, fazendo parte de um processo limitado de atendimento das necessidades da população desvalida, o que também era verificado no contexto estadual. Desse modo, com a administração centralizada foi possível notar avanços na saúde pública piauiense, possibilitando algumas melhorias na condição problemática do estado, principalmente no atendimento da população pobre.