Avaliação das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionadas à saúde nos países de língua portuguesa

  • Deborah Carvalho Malta Doutora em Saúde Coletiva. Professora Associada e pesquisadora da Escola de Enfermagem da UFMG, bolsista de produtividade e pesquisadora do CNPQ. Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
  • Laís Santos de Magalhães Cardoso Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Doutoranda em Enfermagem e Saúde na Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
  • Renato Azeredo Teixeira Mestre em Saúde Pública. Membro colaborador do Grupo de Pesquisas em Epidemiologia e Avaliação em Saúde (GPEAS), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
  • Quéren Hapuque de Carvalho Mestre em Saúde Coletiva.Doutoranda em Enfermagem e Saúde na Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
  • António Pinto Ribeiro Médico. Doutor em Cardiologia. Professor de Clínica Médica. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
  • Paula Carvalho de Freitas Psicóloga. Assessora de Planejamento do Departamento de Análise de Situação e Vigilancia de Não Transmissíveis. Secretaria de Vigilancia em Saúde. Ministério da Saúde; Brasília, DF. Brasil
  • Zulmira M. A. Hartz Professora Catedrática Convidada, GHTM, Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Universidade NOVA de Lisboa, Portugal

Resumo

Introdução: No contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, torna-se importante o monitoramento do desempenho dos países signatários. 

Objetivo: analisar indicadores de saúde dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estimados pelo Institute for Health Metrics and Evaluation para os Estados que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, referentes ao ano de 2017 e projeções para 2030. 

Materiais e métodos: Foram utilizadas as estimativas do estudo “Carga Global de Doenças”. Para cada país, e comparativamente entre eles, foram analisados um índice que sintetiza 41 indicadores de saúde dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e os próprios indicadores, cujos valores foram transformando-os em escala de 0 a 100. Também se analisou a evolução do índice para cada país no período compreendido entre 1990 e 2017 e as tendências projetadas até o ano de 2030. 

Resultados: Os melhores desempenhos foram observados para Portugal e Brasil, nesta ordem. Nestes países, os maiores problemas de saúde referem-se às doenças crónicas não transmissíveis e fatores de risco correlatos, e, no Brasil,destaca-se também a violência. Nos demais países, observam-se: tripla carga de doenças, doenças infeciosas, problemas relacionados ao saneamento, elevadas taxas de mortalidade na infância, materna e por doenças crónicas não transmissíveis, além da violência sexual e agressões físicas. 

Conclusão: A CPLP apresenta assimetrias internas económico-sanitárias e na carga de doenças, o que torna premente o estabelecimento de uma rede de cooperação para o cumprimento da Agenda 2030. 

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Publicado
2019-12-04
Como Citar
1.
Carvalho Malta D, Cardoso L, Azeredo Teixeira R, de Carvalho Q, Pinto Ribeiro A, Carvalho de Freitas P, Hartz Z. Avaliação das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionadas à saúde nos países de língua portuguesa. ihmt [Internet]. 4Dez.2019 [citado 15Jul.2024];18:30-1. Available from: https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/336