Avaliação dos estágios de curta duração para profissionais de Saúde dos PALOP e Timor-Leste promovidos pela Fundação Calouste Gulbenkian em Portugal, entre 2011 e 2016
Resumo
Introdução: Em resposta a solicitação da Fundação Calouste Gulbenkian, foi desenvolvido um projeto de avaliação externa das seis edições do “Concurso para Estágios de Curta Duração em Portugal para Profissionais de Saúde dos PALOP e Timor-Leste” organizadas entre 2011 e 2016.
Objetivos: Os objetivos foram caracterizar socio demograficamente os bolseiros, identificar o seu trajeto profissional e caracterizar o modo como se tornaram agentes de mudança após o estágio.
Métodos: Foram realizados dois estudos descritivos: um estudo quantitativo de caracterização dos bolseiros a partir de dados secundários, e um estudo avaliativo predominantemente quantitativo, que utilizou maioritariamente os dados recolhidos por questionário preenchido pelos bolseiros.
Resultados: No total, estagiaram 99 profissionais oriundos dos PALOP e Timor-Leste, com idade média de 36 anos, na sua maioria do sexo feminino e médicos de profissão. Os 42 bolseiros respondentes ao questionário regressaram todos ao respetivo país de origem após o estágio, e a quase totalidade à mesma instituição e serviço. A maioria admitiu resultados positivos de aprendizagem e fortalecimento de capacidades, e reconheceu uma mudança de comportamentos positiva atribuível ao estágio.
Conclusões: Apesar das limitações do estudo avaliativo, designadamente a potencial baixa representatividade dos bolseiros, a iniciativa parece ter tido resultados positivos, sugerindo-se o desenvolvimento de estudos de avaliação do impacto para estabelecer conclusões definitivas.
Downloads
Referências
2. World Health Organization (WHO) (2016). Global strategy on human resources for health: Workforce 2030. Geneva: WHO.
3. Organização Mundial da Saúde – OMS (2010). Análise dos Recursos humanos da saúde (RHS) nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). Genebra: OMS; Human Resources for Health Observer, 2, 1-132.
4. Leadership Development National Excellence Collaborative (2001). Collaborative Leadership and Health: A Review of the Literature. Seattle, Wash: Turning Point Initiative.
5. Trindade AL (2012). A sustentabilidade do investimento em capacitação de recursos humanos de saúde: Um estudo de caso em S. Tomé e Príncipe (Tese de Mestrado, Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Universidade Nova de Lisboa). Disponível em http://www.ihmt.unl.pt/?lang=pt&page=biblioteca&m2=111~
6. Pluye P, et al. (2004). Health systems: focus on organizational routines. Health Promotion International, 19(4), 489-500.
7. Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). Sítio web da FCG [em linha]. Lisboa: FCG [acedido em 1 Abril 2017]. Disponível na World Wide Web: https://gulbenkian.pt/iniciativas/parcerias-desenvolvimento/sobre-o-programa/
8. Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) (2016). Termos de Referência: Avaliação de Resultados do Concurso para Estágios de Curta Duração em Portugal para Profissionais de Saúde dos PALOP e Timor-Leste – 2011 a 2016. Lisboa: FCG.
9. Leone C, Garcia AC, Hartz Z, Dias S (2013). Relatório de Avaliação do Concurso para Estágios de Curta Duração em Portugal para Profissionais de Saúde dos PALOP e Timor Leste. Lisboa: Instituto de Higiene e Medicina Tropical.
10. Last JM, ed (2007). A Dictionary of Public Health. Oxford: Oxford University Press.
11. Centers for Disease Control and Prevention [1999). Framework for Program Evaluation in Public Health. MMWR, 17(48), 1-40.
12. Rotem A, Zinovieff MA, Goubarev A (2010). A framework for evaluating the impact of the United Nations fellowship programmes. Human Resources for Health; 8:7.
13. Vassar M, Wheeler DL, Davidson M, Franklin J (2010). Program Evaluation in Medical Education: An Overview of the Utilization-focused Approach. J Educ Eval Health Prof, 7, 1.
14. Shimizu HE, Lima MG, Santana MNGST (2007). O modelo de competências na formação dos trabalhadores de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, 60(2), 161-166.
15. Tian J, Atkinson NI, Portnoy B, Gold RS (2007). A Systematic Review of Evaluation in Formal Continuing Medical Education. Journal of Continuing Education in the Health Professions, 27[1), 16-27.
16.Belfield C, Thomas H, Bullock A, Eynon R, et al (2001). Measuring effectiveness for best evidence medical education: a discussion. Medical Teacher, 23(2), 164-170.
17. Musik M (2006). A Conceptual Model for Program Evaluation in Graduate Medical Education. Academic Medicine, 81(8), 759-765.
18. Kirkpatrick DL [1994). Evaluating Training Programmes: The Four Levels. San Francisco: Berrett-Koehler.
19. Mayne J (2008). Contribution Analysis: An Approach to Exploring Cause and Effect. ILAC Brief No. 16: Rome: The Institutional Learning and Change Initiative. Disponível na World Wide Web: http://www.cgiar-ilac.org/files/publica-tions/briefs/ILAC_Brief16_Contribution_
Analysis.pdf.
20. Mayne J (2001). Addressing attribution through contribution analysis: using performance measures sensibly. The Canadian Journal of Programme Evaluation, 16[1), 1-24.
21. Patton MQ (2012). A utilization-focused approach to contribution analysis. Evaluation, 18(3) 364–377. Disponível na World Wide Web:
http://evi.sagepub.com/content/18/3/364
22. Bowling A (2009). Research Methods in Health: investigating health and health services. 3rd ed. Oxford: Oxford University Press.
23. Quivy R, Campenhoudt LV (2005). Manual de Investigação em Ciências Sociais. 4ª ed. Lisboa: Gradiva.
24. Zurn P, Poz MRD, Stilwell B, Adams O (2004). Imbalance in the health workforce. Human Resources for Health, 2, 1-12.
25. Joint Learning Initiative (JLI). (2004). Human Resources for Health. Overcoming the crisis. Washington: JLI.
26. Fronteira I, Dussault G (2010). Recursos humanos da saúde nos países africanos de língua oficial portuguesa: problemas idênticos, soluções transversais? RECIIS, 4[1), 78-85.
27. Abramson JH, Abramson ZH (2008). Research methods in community medicine: surveys, epidemiological research, programme evaluation, clinical trials. 6th ed. Chichester (England): Wiley.